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Os “dias” da criação são literais ou simbólicos?

  • Foto do escritor: Universo Teísta
    Universo Teísta
  • 10 de abr. de 2020
  • 4 min de leitura

Atualizado: 25 de abr. de 2020



Esse tema tem se repercutido bastante nos últimos tempos, principalmente devido ao Vaticano ter aceito a teoria da macro-evolução das espécies. Dizendo que os "dias" da criação na verdade representam "eras" ao invés de "dias", e cada "dia" simbolizaria uma etapa da evolução do nosso universo. [1]


Antes de tudo, devemos lembrar aos leitores o foi relatado no post anterior “A Bíblia diz que a terra tem 6000 anos?”, caso você não tenha visto, clique aqui. Então, basicamente existem dois períodos da criação relatados na Bíblia, o de Gênesis 1:1 que trata da criação efetiva do Universo (céus) e tudo o que nele há, incluindo a Terra. O termo utilizado neste texto é Bereshit que significa “no princípio” e só aparece duas vezes na Bíblia, a primeira em Gênesis 1:1 e a segunda no evangelho de João 1:1.


Bereshit é um “tempo indefinido” e não deve ser confundido com os dias da criação, que possuem tempo definido, como veremos a seguir. Ou seja, a frase “No princípio criou Deus os Céus e a Terra” pode relatar um tempo muito longínquo, como bilhões de anos no passado, quanto milhões ou milhares; não há como saber, pois isto não nos foi revelado. Mas, neste ponto a Bíblia é relevante com a ciência, pois diz permite um universo e uma terra muito mais antiga do que muitos cristãos acreditam.


O outro período trata da transformação da Terra para abrigar vida (criação da vida), o qual vemos em Gênesis 1:3 em diante.


Até mesmo a época em que ocorre a semana da criação pode ser muito mais antiga do que se pensava, baseado nas lacunas das genealogias de Gênesis, dificultando muito a contagem da cronologia antes de Abraão, como vimos no post anterior.


Mas a respeito da semana da criação em si, esta aconteceu no período de seis dias literais, porque essa é a interpretação mais coerente com a língua original do texto, o hebraico.


Alguns afirmam que o dia em hebraico significa “era” e assim concluem que Deus levou algumas ‘eras’ para criar o mundo. A palavra hebraica para dia é yom. Ela pode realmente referir-se a um período de mais de 24 horas. Mas no caso dos dias da criação, nem de perto isto pode ser, pois quando esta palavra (yom = dia) vem acompanhada de um “número definido”, refere-se indiscutivelmente a um dia de vinte e quatro horas. Isto ocorre nos dias da semana mencionados em Gênesis.


“Houve tarde e manhã, o primeiro dia” (Gênesis 1.5);

“Houve tarde e manhã, o segundo dia” (verso 8);

“Houve tarde e manhã, o terceiro dia” (verso 13) ...


Sendo assim, podemos estabelecer a seguinte relação: Numero definido + a palavra hebraica Yom (dia) = dia de 24 horas.


Além do mais, os cinco primeiros capítulos da Bíblia estão escritos como história; não há nada no registro que indique que deve ser interpretado não literalmente, como poesia ou simbolismo. Quando a Bíblia usa simbolismo, ela claramente distingue que é assim e fornece a chave para interpretar os símbolos. Vemos isso em Apocalipse, por exemplo. No capítulo 17, João descreve uma mulher sentada em um animal, e ele claramente nos diz que isso é um mistério e ele dá a interpretação da linguagem simbólica na própria passagem (vv. 7-18). Gênesis 1-5, no entanto, é escrito como história.


E também, Adão e Eva são mencionados no restante da Bíblia como pessoas reais. Adão e Eva são mencionados 34 vezes na Bíblia. Eles são mencionados em pelo menos quatro livros do Antigo Testamento (Gênesis 2-5; Dt. 32: 8; 1 Ch. 1: 1; e Jó 31:33) e em oito livros do Novo Testamento (Mt. 19 : 4-6; Marcos 10: 6-8; Lucas 3:38; Rom. 5:12, 14; 1 Cor. 15:22, 45; 2 Cor 11: 3; 1 Tim. 2: 13-14 e Judas 14).


E mesmo que não fosse assim, se não for considerado que Gênesis 1 é literal, então não tem como Gênesis 3 ser literal também. E isso é um problema sério, porque Gênesis 3 narra o pecado original, cometido por Adão e Eva.


Sem o pecado original toda a doutrina da redenção não faz sentido e, portanto, Cristo não precisaria ter morrido na cruz para redimir a humanidade de seus pecados.


Um princípio básico da hermenêutica, ou seja, da interpretação bíblica, é que a bíblia não tem contradições. Então uma interpretação de um texto bíblico só é correta se ela não contradizer outros textos bíblicos, portanto, a interpretação da não literalidade do Gênesis está errada.


Muitos teólogos católicos tem tentado fazer adaptações entre o relato do Gênesis com a interpretação deles, de forma que se mantenha intacto a doutrina do pecado original. Mas essas adaptações tem se mostrado demasiadamente forçadas e não tem qualquer coerência com a tradução hebraica original. [2] [3]


Até mesmo os os críticos textuais especialistas acreditam que o texto bíblico do período da criação é literal:



Então como realmente aconteceu a criação? Se quiser saber mais sobre isso, clique aqui.


FONTES:


[1] DA REUTERS. Vaticano aceita evolução, mas não se desculpa com Darwin. globo.com, 2008. Disponivel em: <http://g1.globo.com/Noticias/Ciencia/0,MUL761923-5603,00-VATICANO+ACEITA+EVOLUCAO+MAS+NAO+SE+DESCULPA+COM+DARWIN.html>. Acesso em: 4 maio 2019.


[2] CAMPOS, M. A. Uma nova hipótese para a existência histórica de Adão e Eva. Gazeta do Povo, 2011. Disponivel em: <https://www.gazetadopovo.com.br/vozes/tubo-de-ensaio/uma-nova-hipotese-para-a-existencia-historica-de-adao-e-eva/amp/>. Acesso em: 4 nov. 2019.


[3] ANKERBERG, J. Havia morte antes de Adão? ICP, Sem data. Disponivel em: <https://www.icp.com.br/icpresponde011.asp>. Acesso em: 10 abr. 2020.


REFERÊNCIAS:


CLOUD, D. Genesis is Literal History. Way of Life Literature, 2013. Disponivel em: <https://www.wayoflife.org/reports/genesis_is_literal_hisotry.html>. Acesso em: 11 jun. 2019.


Arnaldo B. Christianini. Radiografia do Jeovismo. p. 156.


Idem, p. 157 e 158, adaptado.


 
 
 

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